Talvez você tenha começado a ler esse texto porque ficou curiose pelo título que induz o leitor a acreditar que há uma solução mágica para a organização e resolução de metas para o próximo ano. Mas eu sinto lhe dizer que esse texto não é sobre isso, ou talvez seja, mas não do jeito que parece.

É comum que com a chegada do fim de ano as pessoas relembrem suas metas e objetivos para aquele ano que já está em seus últimos respiros, e então se alegram e comemoram as coisas que conseguiram executar e se desapontam com as que acabaram deixando para trás ou que não conseguiram fazer acontecer.

Na psicologia é comum trabalhar com metas de pequeno, médio e logo prazo, estabelecer pequenos “desafios”  que vamos nos propondo a fazer durante um tratamento de depressão, por exemplo, e a cada “conseguiu levantar da cama hoje” é uma vitória a ser comemorada e um check dado rumo a recuperação.

Mas e sobre as metas que criamos para o ano que há de vir? Será que somos camaradas com nós mesmos e também fazemos desejos possíveis de serem alcançados?

Você já reparou que algumas metas como “emagrecer”, “fazer mais atividades físicas”, “ser mais organizado” e assim por diante, acabam sendo frases de efeito que não dizem muito sobre o que realmente é preciso ser feito?

Por exemplo: se você pretende emagrecer, você já parou para pensar nos motivos que te fazem ter esse desejo? E, se for algo realmente válido, de que maneira você irá criar mecanismos possíveis para que isso aconteça? Como procurar um bom profissional de nutrição, fazer atividades físicas que condizem com seu gosto pessoal e afim.

Essas perguntas e pequenas questões que formamos em volta das metas que começamos a traçar para o próximo ano podem torná-las muito mais palpáveis e reais, fazendo com que tenhamos motivos e força de vontade para continuar tentando alcançá-las, porque, se não, elas não passarão de desejos jogados ao vento.

Ter em mente que um emprego novo não irá cair do céu, assim como um projeto excepcional para o mestrado sem que haja esforços da nossa parte faz com que não nos frustremos ao final de um ciclo.

Mesmo que nem sempre, o fim do ano represente o final de tudo, afinal, porque esperar um novo ano começar para finalmente dar início a um projeto engavetado há anos?

O ideal é não deixar a chegada do final de 2020 te travar sobre recomeços e também não se iludir com o começo de 2021, fazendo falsas promessas para si mesmo.

2020 nos ensinou que com a resiliência podemos atravessar a pior das adversidades. Vamos utilizá-la para dar toda a propulsão necessária às metas de 2021 e, se faltar gás no meio do caminho, se agarrar à ela para chegar ao fim, cada vez mais fortes.